Mudanças climáticas e produção de alimentos.

Se você vive na cidade, trabalha em escritório climatizado e acredita que mudanças climáticas são conversa de catastrofistas ou só lembra delas quando surge uma onde de calor ou alguma tempestade, saiba que no campo as coisas não são bem assim. Aqui trabalhamos sob o sol e sentimos ano após ano que as coisas estão mudando, o sol já “queima” muito mais, trabalhadores que passaram a vida inteira trabalhando na lida da terra estão adaptando seus horários para evitar os horários de pico de calor! Eu já passei mal com o excesso de calor no campo, assim como muitos conhecidos também já passaram por isso. Esse ano os produtores da região não conseguiram plantar a safrinha devido a irregularidades nas chuvas! Isso significa que terão que comprar trato para os animais e consequentemente o produto final, que no caso é o queijo, ficará mais caro. Sei de produtores no Rio Grande do Sul que trabalham com olivicultura que não conseguiram colher safras satisfatórias nos últimos anos, por motivos diversos como irregularidades das chuvas, chuvas ácidas devido aos incêndios que ocorreram em 2024 que derrubaram as floradas, redução no número de polinizadores etc. Esses são apenas alguns exemplos conhecidos, mas podem ter certeza de que no Brasil afora as situações são diversas e igualmente preocupantes. Então quando falamos sobre mudanças climáticas não estamos falando apenas de catástrofes que estamparão os jornais por dias, estamos falando também do dia a dia, da dificuldade de produzir alimentos e na implicação direta disso nos nossos bolsos e nos nossos pratos. Quem já não se deparou com preços exorbitantes quando foi ao supermercado ou a quitanda e deixou de levar um brócolis, couve-flor, tomate, cenoura e no lugar optou por levar algum produto processado ou ultraprocessado? Isso sem falar nos aumentos já conhecidos nos preços do café, cacau e azeite que possuem uma ligação direta com as mudanças climáticas e as consequentes dificuldades para produção levando a quebras de safras em todo o mundo. Pois é, essa situação será cada vez mais comum, quem pode pagar, irá pagar caro, quem não pode passará a consumir cada vez mais ultraprocessados e a nossa saúde é quem pagará o preço final. Cabe a cada um de nós fazer o que está ao nosso alcance para minimizar os impactos da nossa existência sobre a natureza.

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